terça-feira, 21 de junho de 2011

AFINIDADE -Arthur da Tavola

Depois de um maravilhoso encontro entre amigas de colégio,recebo este email da minha amiga Wilza Salgado usando das palavras de Arthur da Tavola para descrever nossos sentimentos.
Obrigada Wilza.


AFINIDADE


A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil,

delicado e penetrante dos sentimentos.

É o mais independente.

Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos,

as distâncias, as impossibilidades.

Quando há afinidade,

qualquer reencontro retoma a relação,

o diálogo, a conversa,

o afeto no exato ponto em que foi interrompido.

Afinidade é não haver tempo mediando a vida.

É uma vitória do adivinhado sobre o real.

Do subjetivo para o objetivo.

Do permanente sobre o passageiro.

Do básico sobre o superficial.

Ter afinidade é muito raro.

Mas quando existe

não precisa de códigos verbais para se manifestar.

Existia antes do conhecimento,

irradia durante e permanece

depois que as pessoas deixaram de estar juntas.

O que você tem dificuldade de expressar a um não afim,

sai simples e claro diante de alguém com quem você tem afinidade.

Afinidade é ficar longe pensando parecido

a respeito dos mesmos fatos que impressionam,

comovem ou mobilizam.

É ficar conversando sem trocar palavras.

É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.

Afinidade é sentir com, nem sentir contra,

nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo.

Quanta gente ama loucamente,

mas sente contra o ser amado.

Quantos amam e sentem para o ser amado,

não para eles próprios.

Sentir com é não ter necessidade de explicar

o que está sentindo.

É olhar e perceber.

É mais calar do que falar, ou, quando é falar,

jamais explicar: apenas afirmar.

Afinidade é jamais sentir por.

Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo.

Mas quem sente com, avalia sem se contaminar.

Compreende sem ocupar o lugar do outro.

Aceita para poder questionar.

Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar.

Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças.

É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas

quanto das impossibilidade vividas.

Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou

sem lamentar o tempo de separação.

Porque tempo e separação nunca existiram.

Foram apenas oportunidades dadas (tiradas) pela vida,

para que a maturação comum pudesse se dar.

E para que cada pessoa pudesse e possa ser,

cada vez mais a expressão do outro

sob a forma ampliada do eu individual aprimorado.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Chico dá largada para novo disco com música inédita - cultura - Estadao.com.br

Chico dá largada para novo disco com música inédita - cultura - Estadao.com.br



LETRA INÉDITA

Querido Diário

Chico Buarque de Hollanda

"Hoje topei com alguns conhecidos meus/ me dão bom dia cheios de carinho/ dizem pra eu ter muita luz, ficar com Deus/ eles têm pena de eu viver sozinho. Hoje a cidade acordou toda em contramão/Homens com raiva, buzinas, sirenes, estardalhaço/De volta a casa na rua/Recolhi um cão/Que de hora em hora me arranca um pedaço/Hoje pensei em ter religião/De alguma ovelha talvez, fazer sacrifício/Por uma estátua ter adoração/Amar uma mulher/Sem orifício/Hoje afinal conheci o amor/E era o amor uma obscura trama/Não bato nela não bato/Nem com uma flor/Mas se ela chora/Desejo me inflama/Hoje o inimigo feliz veio me espreitar/Armou tocaia lá na curva do rio/Trouxe um porrete e um porreta mode me quebrar/Mas eu não quebro não/Por que sou macio, viu?"

segunda-feira, 9 de maio de 2011

MUDAR Edson Marques

MUDAR

Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.

Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho, ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção os lugares por onde você passa.

Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.

Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.

Durma no outro lado da cama...
depois, procure dormir em outras camas.

Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais...
leia outros livros,
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.

Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.

Tente o novo todo dia.
o novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor.
a nova vida.

Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.

Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado...
outra marca de sabonete,
outro creme dental...
tome banho em novos horários.

Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.

Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.

Troque de bolsa,
de carteira,
de malas,
troque de carro,
compre novos óculos,
escreva outras poesias.

Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.

Vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.

Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.
Seja criativo.

E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa, se possível sem destino.

Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.

Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas,
mas não é isso o que importa.

O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.
Só o que está morto não muda !

Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!!!!








http://suzana-meirelles.blogspot.com/

sábado, 2 de abril de 2011

Oswaldo Montenegro - Se Puder Sem Medo





Oswaldo Montenegro - Se Puder Sem Medo
Música - Se Puder Sem Medo DVD - Oswaldo Montenegro 25 Anos (Ao vivo) Lançamento - 2004 Se Puder Sem Medo Composição - Oswaldo Montenegro Deixa em cima desta mesa a foto que eu gostava Pr'eu pensar que o teu sorriso envelheceu comigo Deixa eu ter a tua mão mais uma vez na minha Pra que eu fotografe assim meu verdadeiro abrigo Deixa a luz do quarto acesa a porta entreaberta O lençol amarrotado mesmo que vazio Deixa a toalha na mesa e a comida pronta Só na minha voz não mexa eu mesmo silencio Deixa o coração falar o que eu calei um dia Deixa a casa sem barulho achando que ainda é cedo Deixa o nosso amor morrer sem graça e sem poesia Deixa tudo como está e se puder, sem medo Deixa tudo que lembrar eu finjo que esqueço Deixa e quando não voltar eu finjo que não importa Deixa eu ver se me recordo uma frase de efeito Pra dizer te vendo ir fechando atrás da porta Deixa o que não for urgente que eu ainda preciso Deixa o meu olhar doente pousado na mesa Deixa ali teu endereço qualquer coisa aviso Deixa o que fingiu levar mas deixou de surpresa Deixa eu chorar como nunca fui capaz contigo Deixa eu enfrentar a insônia como gente grande Deixa ao menos uma vez eu fingir que consigo Se o adeus demora a dor no coração se expande Deixa o disco na vitrola pr'eu pensar que é festa Deixa a gaveta trancada pr'eu não ver tua ausência Deixa a minha insanidade é tudo que me resta Deixa eu por à prova toda minha resistência Deixa eu confessar meu medo do claro e do escuro Deixa eu contar que era farsa minha voz tranqüila Deixa pendurada a calça de brim desbotado Que como esse nosso amor ao menor vento oscila Deixa eu sonhar que você não tem nenhuma pressa Deixa um último recado na casa vizinha Deixa de sofisma e vamos ao que interessa Deixa a dor que eu lhe causei agora é toda minha Deixa tudo que eu não disse mas você sabia Deixa o que você calou e eu tanto precisava Deixa o que era inexistente e eu pensei que havia Deixa tudo o que eu pedia mas pensei que dava
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http://www.youtube.com/watch?v=NNMLTw_Vyi
Oswaldo Montenegro - Se Puder Sem Medo
Música - Se Puder Sem Medo DVD - Oswaldo Montenegro 25 Anos (Ao vivo) Lançamento - 2004 Se Puder Sem Medo Composição - Oswaldo Montenegro Deixa em cima desta mesa a foto que eu gostava Pr'eu pensar que o teu sorriso envelheceu comigo Deixa eu ter a tua mão mais uma vez na minha Pra que eu fotografe assim meu verdadeiro abrigo Deixa a luz do quarto acesa a porta entreaberta O lençol amarrotado mesmo que vazio Deixa a toalha na mesa e a comida pronta Só na minha voz não mexa eu mesmo silencio Deixa o coração falar o que eu calei um dia Deixa a casa sem barulho achando que ainda é cedo Deixa o nosso amor morrer sem graça e sem poesia Deixa tudo como está e se puder, sem medo Deixa tudo que lembrar eu finjo que esqueço Deixa e quando não voltar eu finjo que não importa Deixa eu ver se me recordo uma frase de efeito Pra dizer te vendo ir fechando atrás da porta Deixa o que não for urgente que eu ainda preciso Deixa o meu olhar doente pousado na mesa Deixa ali teu endereço qualquer coisa aviso Deixa o que fingiu levar mas deixou de surpresa Deixa eu chorar como nunca fui capaz contigo Deixa eu enfrentar a insônia como gente grande Deixa ao menos uma vez eu fingir que consigo Se o adeus demora a dor no coração se expande Deixa o disco na vitrola pr'eu pensar que é festa Deixa a gaveta trancada pr'eu não ver tua ausência Deixa a minha insanidade é tudo que me resta Deixa eu por à prova toda minha resistência Deixa eu confessar meu medo do claro e do escuro Deixa eu contar que era farsa minha voz tranqüila Deixa pendurada a calça de brim desbotado Que como esse nosso amor ao menor vento oscila Deixa eu sonhar que você não tem nenhuma pressa Deixa um último recado na casa vizinha Deixa de sofisma e vamos ao que interessa Deixa a dor que eu lhe causei agora é toda minha Deixa tudo que eu não disse mas você sabia Deixa o que você calou e eu tanto precisava Deixa o que era inexistente e eu pensei que havia Deixa tudo o que eu pedia mas pensei que dava
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